A cadémico defende maior difusão de informação sobre a Indústria Extractiva nas comunidades
O docente da Universidade Joaquim Chissano (UJC), Calton Cadeado, defende maior difusão de informação sobre a indústria extractiva nas comunidades moçambicanas como forma de prevenir conflitos.
Segundo Cadeado, quando as pessoas não estão devidamente informadas podem revoltar-se com muita facilidade.
“A transparência tem muito a ver com o acesso à informação, mas também é muito mais do que acesso à informação. Ė preciso que haja comunicação, é preciso que haja prestação de contas”, disse Cadeado, falando na ultima quinta-feira (29), em Maputo, na Conferência sobre Governação dos Recursos Extractivos e Prevenção de Conflitos.
Ainda sobre comunicação, Cadeado disse que é preciso usar uma linguagem acessível para assegurar que a informação é assimilada pela comunidade.
“As comunidades reclamam de informação técnica, pois não estão preparadas para compreende-la”, sublinhou.
A fonte sugere que os diferentes actores (governo, empresas e organizações da sociedade civil) privilegiem o contacto com a comunidade olhando para a informação, comunicação, e prestação de contas, de modo a reduzir a distância entre as comunidades e os actores e deste modo assegurar a transparência.
Já o representante do Centro de Integridade Pública (CIP), Rui Mate, referiu que algumas empresas não facilitam o acesso à informação, pois nas suas páginas na internet veiculam informação em língua inglesa facto que pode comprometer a transparência.
Mate disse que apesar de Moçambique ter sido, recentemente, consagrado como terceiro pais, no mundo, cumpridor da Iniciativa de Transparência na Indústria Extractiva (ITIE), ainda há muito por fazer como divulgação dos beneficiários efectivos, publicação sistemática dos dados em formato aberto, privilegiando o conteúdo local.
O décimo relatório da ITIE tem como objectivo reforçar a transparência dos sistemas governamentais e empresariais, estimular a disponibilização de informação para o debate público, assim como elevar os níveis de confiança entre os diferentes actores.
A conferencia decorreu sob o lema: Oportunidades e Desafios para uma Gestão Inclusiva e Pacifica dos Recursos em Moçambique.
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