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Atraso das obras de alargamento da N4 preocupa governo


O governo manifesta o seu desagrado com o atraso da conclusão das obras de alargamento da Estrada Nacional Número (N4), numa extensão de 10 quilómetros, algo que cria transtornos na circulação de viaturas e bens nesta via que liga Moçambique à vizinha África do Sul.

As obras de alargamento da via, que passará de duas para quatro faixas de rodagem, estão orçadas em 1,65 mil milhões de meticais (cerca de 25,9 milhões de dólares). As mesmas iniciaram em Setembro de 2022 com o término previsto para o mês de Agosto próximo.

Segundo constatou o ministro das Obras Públicas e Habitação e Recursos Hídricos (MOPRH), Carlos Mesquita, o atraso das obras vai exacerbar o congestionamento do tráfego rodoviário nos bairros de Tchumene e Malhampsene, na cidade da Matola, província de Maputo e, deste modo, comprometer o cronograma das actividades.

“Estou ligeiramente preocupado principalmente com as obras do nó do Tchumene. Durante a visita pudemos realçar isso junto do empreiteiro e do fiscal. Há um atraso de cerca de 30 dias de acordo com o que está no cronograma”’, lamentou Mesquita, durante uma vista efectuada há dias àquela infra-estrutura para aferir o nível de execução.

Aliás, o empreiteiro e a empresa concessionária da estrada, a Trans African Concessions (TRAC) alegam que o atraso deve-se a extensão da época chuvosa, facto que condicionou o decurso normal das obras.

Entretanto, a justificação não foi bem vista pelo ministro, que concedeu ao empreiteiro um prazo de três semanas para apresentar novos detalhes satisfatórios sobre o curso das obras.

O ministro não aceita a justificação, embora reconheça que a época chuvosa foi longa. “Mas pensamos que ao concorrer para uma obra daquelas, no período em que estava planeada, sabia-se que haveria uma época chuvosa no meio. Portanto, isto é uma questão de planeamento”.

“O mais importante é que o empreiteiro, reconhecendo o atraso, redobrou as equipes de trabalho, e acredita que vai poder recuperar grande parte desse atraso”, anotou.

Por seu turno, o representante do empreiteiro, Custódio Cumbane também aponta como um dos motivos para o atraso da obra a construção desordenada de algumas infra-estruturas de vedação ao longo do traçado da via.

Como exemplo, aponta o muro da lixeira de Malhampsene, construído pelo Município da Matola, que está muito próximo da faixa da via que vai ser alargada.

“Olhando ali para o alinhamento uma parte do muro tem de cair, algumas empresas vieram construir o muro nas proximidades da estrada, à semelhança de um outro edifício em frente a empresa Darling, pertencente a um privado, que foi instalar o edifício dentro da área de reserva”, disse.

Como resposta, Mesquita afirma que o mais importante é que as partes cheguem a um consenso para remover o muro.

O novo prazo para entrega aponta para Outubro do ano corrente.
O contrato de concessão da estrada N4 a TRAC, termina em 2027. Expirado o contrato caberá ao Estado moçambicano decidir sobre o futuro da via.
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