Por: CC
O Fundo de Investimento Climático (CIF) desafia o sector privado moçambicano a contribuir activamente para as acções climáticas e de sustentabilidade no país.
O desafio foi expresso na manhã desta quinta-feira (27), na cidade de Maputo, pela Líder de Resiliência do Fundo de Investimento Climático, Lorie Rufo, durante o evento internacional de troca de conhecimentos sobre o envolvimento dos sectores público e privado na abordagem dos impactos que a crise climática está a causar em Moçambique.
Rufo, defende a necessidade de obtenção de fundos para as acções climáticas pelo que acredita que o sector privado moçambicano pode ajudar.
"O desafio de obter financiamento climático ainda é enorme, não podemos contar apenas com recursos internos e fundos de doadores, precisamos do envolvimento do sector privado", disse.
A dirigente diz que Moçambique já mostrou que além do sector privado, o governo e as comunidades locais também têm um papel fundamental neste processo.
"Moçambique, através do Programa de Investimento Florestal e do Programa Piloto para a Resiliência Climática dos Fundos de Investimento Climático, demonstrou como colocar as pessoas e as comunidades locais no centro dos programas pode trazer resultados transformadores, Moçambique demonstrou também que através de uma abordagem programática e participativa, os países seriam capazes de abordar as mudanças climáticas de uma forma mais holística, garantindo resultados impactantes", referiu.
Por sua vez, o vice-presidente da Confederação das Associações Empresariais (CTA), Jorge Chacate, reconhece o seu papel nas acções climáticas e defende a intervenção da camada empresarial para fazer face a estes fenómenos.
"O compromisso do Sector Privado com a sustentabilidade ambiental exige que a CTA actue de forma concertada e sistemática no acompanhamento e mobilização dos objectivos climáticos a curto, médio e longo prazo. Para tal, é necessário transformar o CTA numa entidade executora nacional capaz de mobilizar recursos técnicos e financiamentos a nível nacional e internacional", disse Chacate.
Os empresários apelam ainda aos "parceiros de cooperação para que contribuam financeira e materialmente", de forma a criar um sistema através do qual o "sector privado possa dedicar-se à divulgação, mobilização" e também ao envolvimento em segmentos de actividades económicas, para "apoiar iniciativas que visem o bem-estar face às alterações climáticas".
Desde 2011, o Fundo de Investimento Climático (CIF) disponibilizou mais de 100 milhões de dólares para implementar programas de resiliência e investimento florestal em Moçambique.
Actualmente está a ser preparado o plano de investimento regional no âmbito do Programa de Investimento na Natureza, Pessoas e Clima (NPC) do CIF e Moçambique é um dos países beneficiários juntamente com a Zâmbia, Malawi, Namíbia e Tanzânia.
O evento teve a duração de 3 dias com objectivo de efectuar a troca de conhecimentos sobre o envolvimento do sector privado na acção climática transformadora.
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